Desde o início da agricultura e do convívio social, o ser humano sente a necessidade de contar e registrar cronologicamente os dias. Os calendários que tiveram mais aceitação e são usados até hoje combinam ciência e religião, o que não é novidade para os cristãos. Nesse processo, muitos tipos de calendários surgiram, com influências de cada civilização que os criou. Os maias, por exemplo, já utilizavam a combinação ciclo solar para marcar o tempo milênios antes da criação do Calendário Gregoriano, que é o que utilizamos até hoje.

Quantos tipos de calendários existem?

Dentre os tipos de calendários existentes, podemos considerar estes como os 8 principais. Confira abaixo:

Calendário Gregoriano

O Calendário Gregoriano foi promulgado pelo Papa Gregório XIII, em fevereiro de 1582. O marco inicial do calendário é o nascimento de Jesus Cristo, no ano 0. O uso internacional deste calendário não tem motivações religiosas, mas sim políticas. Como a Europa era a maior exportadora de cultura na Idade Média, convencionou-se usar a marcação de dias estabelecida no Vaticano para facilitar o relacionamento entre as nações. É um calendário solar, ou seja, leva em consideração o ciclo solar. Como o ciclo solar tem 365 dias e 6 horas, estas horas que “sobram” são acumuladas por quatro anos até serem suficientes para acrescentar um dia num ano, o chamado ano bissexto, que tem 366 dias.

Calendário Juliano

O Calendário Juliano foi implementado pelo imperador romano Caio Júlio César, em 46 a.C. É basicamente o calendário romano, utilizado até então, com algumas alterações. O imperador pediu para que novo calendário fosse criado porque as festas em comemoração às flores, que deveria acontecer em março – primeiro mês do ano, à época –, contraditoriamente aconteciam no inverno. Assim, o astrônomo Sosígenes sugeriu que os meses Januarius e Februarius passassem a ser os primeiros do ano e que os meses Unodecembris e Decembris foram criados para encerrar o ano.

O calendário Juliano está sempre 13 dias atrás do Gregoriano e ainda é usado por alguns cristãos ortodoxos.

Calendário Chinês

O Calendário Chinês, também chamado de calendário lunar, é lunissolar, ou seja, leva em consideração os ciclos do Sol e da Lua. É o mais antigo registro cronológico que se tem em toda a história, tendo começado nos primeiros anos de governo do imperador Huang Di, que reinou na China entre 2697 a.C. a 2597 a.C. Além de contar o tempo em anos, o calendário também considera ciclos. Cada ciclo tem doze anos, que recebem os nomes dos animais do horóscopo chinês: Boi, Cachorro, Cabra, Cavalo, Coelho, Dragão, Galo, Macaco, Porco, Rato, Serpente e Tigre. É normal que os chineses quando vão morar em outros países, precisam se adaptar e converter suas datas de nascimento para os outros tipos de calendários, no nosso caso, o Gregoriano.

Calendário Judaico

O Calendário Judaico foi estabelecido pelos hebreus na época do Êxodo, por volta do ano 1447 a.C. Também é lunissolar, já que leva em consideração o ciclo lunar e o ciclo solar, fazendo com que os anos se alternem entre doze e treze meses. É usado pelo povo de Israel há mais de três mil anos para a determinação de datas festivas, aniversários, mortes e serviços religiosos.

Calendário Islâmico

O Calendário Islâmico também é um calendário lunar, composto por doze meses de 29 ou 30 dias, formando um ano de 354 ou 355 dias. Os muçulmanos ortodoxos celebram as datas religiosas e festivas, como mês do Ramadã ou o Ano Novo Islâmico, de acordo com este calendário.

Calendário Juche

Este calendário é utilizado somente na Coréia do Norte, que segue a ideologia Juche, uma mistura de marxismo, leninismo e kimilsunismo (as ideias de Kim Il-sung, primeiro-comandante do país). Os meses, semanas e dias têm a mesma marcação do calendário Gregoriano. A contagem cronológica do Calendário Juche começou em 1912, ano do nascimento de Kim Il-Sung, cultuado quase como uma divindade no país. Os anos anteriores ao nascimento do ex-comandante são grafados com o número, com adição de a.J.

Calendário Etíope

A Etiópia é um país no extremo leste africano, localizado na região conhecida como Chifre Africano. O país também tem um calendário próprio, utilizado apenas na Etiópia, que começa no dia 11 de setembro do Calendário Gregoriano. O Calendário Etíope é uma variação do Calendário Juliano, tendo 12 meses de 30 dias e um mês com apenas seis dias. Outra curiosidade é que a primeira hora do dia, de acordo com o horário etíope, é o nascer do sol.

Calendário Maia

O calendário Maia ficou famoso pelos rumores e previsões apocalípticas. No entando, o Calendário Maia divide-se em dois: o tzolk’in e o haab’. O tzolk’in era um calendário de 260 dias divididos em 20 meses, utilizado para marcar rituais e datas festivas ou religiosas. O calendário haab’ era utilizado no cotidiano maia, além de servir para marcar as estações para ajudar a agricultura. Era composto por 18 meses de 20 dias e um período de 5 dias conhecido como Wayeb’, em que os maias acreditavam que os portais entre os mundos dos vivos e dos mortos se dissolviam e toda a sorte de coisas ruins poderia acontecer. O haab’ ainda é utilizado por algumas sociedades maias modernas no interior da Guatemala.

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